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Violência no Sul Fluminense: Promessas Vazias e Realidade Brutal

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 11 de fev.
  • 2 min de leitura

Marcus Modesto


A escalada da violência no Sul Fluminense, especialmente em Barra Mansa, escancara o abismo entre o discurso oficial e a dura realidade vivida pela população. Enquanto o governador Cláudio Castro e o Ministério Público anunciam iniciativas para endurecer a legislação e combater o crime, as ruas da região continuam dominadas pelo medo e pela insegurança.


A promessa mais recente, feita em fevereiro de 2025, é a criação de uma legislação penal específica para o estado do Rio de Janeiro. O governador propõe penas mais duras e medidas para manter criminosos perigosos atrás das grades por mais tempo. Mas quantas vezes a população já ouviu algo parecido? E, mais importante, quantas vezes isso se traduziu em segurança real?


A Realidade nas Ruas


Enquanto as autoridades fazem reuniões e discutem projetos, o crime segue ditando as regras. Em maio de 2022, a Vila Delgado, em Barra Mansa, foi palco de uma operação policial que terminou com um morto, seguido de represálias como incêndios e bloqueios de vias. A resposta do Estado? Mais operações pontuais, sem qualquer efeito duradouro.


Em abril de 2024, uma nova ação no mesmo bairro apreendeu drogas e prendeu suspeitos. No entanto, a influência do tráfico continua forte, a ponto de, em dezembro de 2023, um casal ser brutalmente agredido por criminosos na região.


O que isso revela? Que a estratégia atual é ineficaz. A polícia age, mas não consegue manter o controle, pois falta planejamento e continuidade. A criminalidade se adapta rapidamente, enquanto o Estado continua reagindo de forma tardia e descoordenada.


Retórica vs. Ação Efetiva


A proposta do governador pode parecer inovadora, mas na prática é mais um desvio de foco. O problema da segurança no Rio de Janeiro e no Sul Fluminense não é a falta de leis – elas já existem, mas não são aplicadas de forma eficaz. O que falta é uma política pública de segurança integrada, que vá além do uso da força e envolva inteligência, prevenção e apoio social.


Além disso, o discurso de “endurecimento das penas” ignora uma questão central: nosso sistema penitenciário já está saturado e serve mais como escola do crime do que como solução para ele. A superlotação dos presídios e a falta de programas de ressocialização só alimentam a reincidência, criando um ciclo vicioso de violência.


O Que o Sul Fluminense Precisa?


Se o governo realmente quer combater o crime, precisa sair do discurso e investir em soluções concretas. Isso inclui:

• Mais policiamento ostensivo e permanente, e não apenas operações esporádicas que fazem barulho mas não deixam legado.

• Inteligência e tecnologia na segurança pública, para antecipar ações do crime organizado e desmantelar suas redes de financiamento.

• Investimento em educação, cultura e oportunidades de emprego, pois a criminalidade não se combate só com armas, mas com alternativas para que os jovens não entrem no tráfico.

• Reforma real no sistema prisional, para garantir que criminosos perigosos fiquem presos, mas também que detentos de menor periculosidade tenham chance de ressocialização.


Enquanto essas mudanças não acontecerem, o Sul Fluminense continuará sendo refém da violência, com ou sem novas leis. A população não precisa de mais promessas vazias – precisa de segurança real.



 
 
 

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