Vistoria em Pinheiral revela falhas graves no fornecimento de água: moradores convivem com torneiras secas e riscos à saúde

Uma vistoria realizada pela Comissão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), em conjunto com a Agenersa (Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro), expôs a precariedade no fornecimento de água em Pinheiral, no Médio Paraíba. A inspeção ocorreu no último fim de semana, após denúncias apresentadas por moradores em audiência pública realizada em abril.

Sob a liderança do deputado estadual Jari Oliveira (PSB), presidente da comissão, a equipe percorreu diversas regiões do município e confirmou as queixas da população: falta d’água por dias, abastecimento intermitente, líquido turvo e impróprio para consumo. O serviço na cidade é de responsabilidade da concessionária Rio+Saneamento.

A situação é particularmente grave nas áreas abastecidas por caminhões-pipa. Em locais mais altos, moradores – inclusive idosos – precisam subir em caixas d’água para realizar o reabastecimento manual, arriscando quedas e acidentes. “É inadmissível que os moradores de Pinheiral ainda enfrentem esse tipo de problema básico. A população está sendo exposta a riscos e vivendo com insegurança hídrica”, criticou Jari.

O parlamentar cobrou que a empresa assuma integralmente a responsabilidade pelo fornecimento emergencial, sem repassar aos cidadãos tarefas perigosas que cabem à prestadora de serviço. “A responsabilidade pelo abastecimento é da empresa, e é ela quem deve garantir que a água chegue com qualidade e segurança até as casas”, reforçou.

Jari Oliveira afirmou que continuará acompanhando de perto a situação, com apoio da Agenersa e da própria população. “Seguiremos vigilantes, ouvindo a população e fiscalizando sempre que necessário. A água é um direito básico, e não vamos aceitar o descaso.”

O caso escancara a falência de um serviço essencial e levanta um alerta sobre a atuação da Rio+Saneamento em Pinheiral. Em tempos de concessões privadas, a promessa de eficiência muitas vezes não se cumpre – e quem paga a conta, com sede e indignação, é o povo.