Volta Redonda vira referência nacional no combate à sífilis congênita e expõe contraste com cenário brasileiro
- Marcus Modesto
- 6 de mai.
- 2 min de leitura
Enquanto o Brasil acumula números alarmantes de sífilis congênita — mais de 166 mil casos entre 2018 e 2024 —, Volta Redonda, no Sul Fluminense, caminha na direção oposta. O município reduziu em 83% os casos da doença desde 2018 e, apenas em 2024, registrou cinco ocorrências. Trata-se de um exemplo concreto de como políticas públicas bem aplicadas podem transformar indicadores de saúde.
A marca conquistada pela cidade fluminense não é fruto do acaso. É o resultado de uma estratégia coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), baseada em três pilares: testagem precoce, acesso universal ao pré-natal e tratamento gratuito pelo SUS. O modelo tem sido tão bem-sucedido que foi levado ao 23º Congresso Brasileiro de Infectologia Pediátrica, em um estudo apresentado pelas alunas de Medicina do UniFOA, Luana Maragoni Cassimiro e Bianca Mattos Nascimento, sob orientação da médica Thais Villela, referência em pediatria na cidade.
Os dados contrastam com o cenário nacional, que continua em emergência silenciosa: só em 2024, o país já soma mais de 12 mil novos casos. A Região Sudeste, onde está Volta Redonda, lidera as estatísticas, concentrando 43% das infecções no período analisado.
A médica Thais Villela é clara ao apontar o caminho do sucesso: atendimento qualificado desde a porta de entrada do pré-natal. “As gestantes atendidas no Hospital São João Batista são testadas logo no início da gravidez, com início imediato de tratamento quando necessário. Essa resposta rápida faz toda a diferença”, afirmou.
Para o vice-prefeito e diretor do hospital, Sebastião Faria, o reconhecimento nacional mostra que o investimento em saúde e educação médica não é gasto, mas solução. “Esse estudo apresentado por nossas alunas é prova de que a formação prática e comprometida pode impactar vidas. Volta Redonda hoje é vitrine de um modelo que pode e deve ser replicado.”
O caso da cidade serve de alerta ao país: o enfrentamento à sífilis congênita não exige fórmulas mirabolantes, mas seriedade, planejamento e prioridade política. Volta Redonda está mostrando como se faz.
Foto Secom PMVR

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