Zambelli pode ser presa a qualquer momento na Itália, diz embaixador brasileiro
- Marcus Modesto
- 12 de jun.
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), considerada foragida da Justiça brasileira após condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser presa a qualquer momento na Itália, desde que não esteja em seu domicílio pessoal. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (12) pelo embaixador do Brasil em Roma, Renato Mosca, durante entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews.
Segundo o diplomata, Zambelli foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol, a pedido da Polícia Federal, e as autoridades italianas acataram o pedido. “Hoje, ela poderá ser presa a qualquer momento. As forças policiais italianas estão trabalhando na investigação e na localização dessa foragida para efetuar a prisão”, disse Mosca.
O embaixador esclareceu que não há mandado de busca e apreensão, mas sim um mandado de prisão provisória com fins de extradição. A legislação italiana, no entanto, impede que prisões desse tipo sejam realizadas em domicílios particulares. “Ela pode ser presa em qualquer outro local”, explicou.
Zambelli tem cidadania ítalo-brasileira, mas isso não impede a extradição, de acordo com o embaixador. “A Constituição da Itália não veda completamente a extradição de cidadãos com dupla nacionalidade. Temos hoje 14 pedidos de extradição de brasileiros, sendo quatro ítalo-brasileiros. Um deles já foi extraditado este ano”, afirmou.
A extradição, no entanto, depende de uma decisão da Justiça italiana, que é soberana. Segundo Mosca, o processo pode durar menos de um ano, e Zambelli terá amplo direito de defesa. Ele destacou ainda que o tratado de cooperação penal entre Brasil e Itália tem funcionado com eficácia.
Licenciada do mandato por 127 dias, a parlamentar deixou o Brasil após a condenação no STF. Cruzou a fronteira com a Argentina, seguiu para os Estados Unidos e, de lá, viajou para a Itália, onde permanece.
Em entrevista ao blog de Natuza Nery, também da GloboNews, Zambelli negou ser foragida e alegou estar tentando regularizar sua situação junto às autoridades italianas. Ela afirma que deixou o país por temer perseguição política.
Enquanto isso, sua vaga na Câmara dos Deputados está sendo ocupada pelo suplente, Coronel Tadeu (PL-SP).

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