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Zambelli recorre ao discurso de perseguição política após STF formar maioria por sua condenação

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 14 de mai.
  • 2 min de leitura

Após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formar maioria para condená-la a dez anos de prisão e à perda de mandato, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) reagiu com um discurso já recorrente no bolsonarismo: o de perseguição política. A parlamentar, acusada de envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmou ser vítima de um processo que, segundo ela, mira suas ideias e não seus atos.


“Estou sendo vítima de uma perseguição política que atenta não apenas contra minha honra pessoal, mas também contra os princípios mais elementares do Estado de Direito”, declarou Zambelli em nota publicada nas redes sociais, ignorando o fato de que as investigações demonstraram sua participação ativa na invasão ao sistema do Judiciário — um crime grave, com provas concretas colhidas pela Polícia Federal e admitidas pelo próprio STF.


A deputada ainda alegou que está sendo julgada por sua “voz ativa” e sua “defesa dos valores conservadores”. A estratégia de vitimização, comum entre parlamentares bolsonaristas investigados ou condenados, tenta deslocar o foco do debate: em vez de responder pelos atos que cometeu, Zambelli opta por transformar a condenação em um suposto ataque ideológico. O discurso, no entanto, desconsidera a gravidade de crimes cibernéticos contra instituições da República.


A defesa da parlamentar ainda espera reverter o placar, mesmo após o relator, ministro Alexandre de Moraes, e outros três ministros votarem pela condenação. A argumentação jurídica, porém, perde força frente ao material probatório robusto: diálogos, registros digitais e vínculos diretos com o hacker Walter Delgatti Neto, também investigado e condenado por participação no caso.


Zambelli, que ganhou notoriedade por sua atuação radical nas redes sociais e apoio incondicional a Jair Bolsonaro, enfrenta agora um revés que pode significar o fim precoce de sua trajetória política. Ao se blindar com retórica ideológica e negar as evidências apresentadas, ela segue uma cartilha cada vez mais conhecida — a de políticos que se dizem perseguidos para escapar do peso da responsabilidade judicial.


O julgamento, que ainda não foi oficialmente encerrado, caminha para consolidar mais um marco no embate entre os poderes da República: de um lado, a tentativa do STF de preservar a integridade institucional; do outro, a insistência de figuras políticas em se colocarem acima da lei em nome de uma suposta “liberdade de expressão” que, neste caso, se manifesta como ataque direto ao Judiciário.



 
 
 

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