Zambelli segue foragida na Itália, enquanto PF aguarda autorização para prisão

Onze dias após ser incluída na lista de difusão vermelha da Interpol, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) continua foragida na Itália. A Polícia Federal aguarda apenas a conclusão de trâmites burocráticos da Justiça italiana para que o mandado de prisão, expedido pelo ministro Alexandre de Moraes no último dia 4 de junho, possa ser cumprido.

Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, acusada de ter atuado em conjunto com o hacker Walter Delgatti Neto na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Desde a sentença, a parlamentar não retornou ao Brasil e passou à condição de foragida internacional.

Segundo reportagem de Lauro Jardim, no jornal O Globo, a localização exata da deputada já é conhecida pelas autoridades italianas. A prisão, no entanto, depende de exigências legais específicas para a cooperação entre os dois países. Fontes da Polícia Federal afirmam que a expectativa é de que os entraves jurídicos sejam superados ainda nesta semana.

Na última sexta-feira (13), o embaixador do Brasil em Roma, Renato Mosca, afirmou em entrevista à GloboNews que a prisão da deputada “poderia ser feita a qualquer momento”. Ele destacou que a diplomacia brasileira atua em conjunto com os órgãos locais para viabilizar a detenção e posterior extradição da parlamentar.

O caso reacende o debate sobre o alcance internacional das decisões do Supremo e o papel da cooperação jurídica em situações envolvendo autoridades com foro privilegiado. Enquanto os procedimentos seguem em andamento, Zambelli permanece em território italiano, à espera do desenlace de um dos episódios políticos mais controversos do ano.