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Bolsonaro sabia de tudo: PGR denuncia ex-presidente por plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 19 de fev.
  • 2 min de leitura

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou, na noite desta terça-feira (18), ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia que coloca o ex-presidente Jair Bolsonaro no centro de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Bolsonaro não apenas tinha conhecimento da conspiração, mas também deu sua anuência para que o plano fosse executado.


O plano, batizado de “Punhal Verde Amarelo”, foi desenvolvido enquanto o governo Bolsonaro ainda tentava sustentar suspeitas sobre as eleições presidenciais de 2022, apesar de um relatório do Ministério da Defesa já ter descartado qualquer fraude. A denúncia da PGR afirma que o projeto envolvia “minuciosas atividades” e visava “neutralizar” o STF. Entre as ações planejadas estavam o uso de armas bélicas contra Alexandre de Moraes e o assassinato de Lula por envenenamento.


Além de Bolsonaro, outras 33 pessoas foram denunciadas pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Entre os acusados estão militares de alto escalão, como Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.


A PGR também revelou a existência de outros documentos que detalhavam planos de ataque. Um dos arquivos, encontrado com os denunciados, trazia a frase “Lula não sobe a rampa”, sugerindo que a conspiração pretendia impedir a posse do presidente eleito.


A investigação aponta que o plano chegou a avançar para sua fase operacional. Denominada “Operação Copa 2022”, essa etapa incluiu ações de monitoramento de Alexandre de Moraes e Lula. “Foram levadas a cabo ações de vigilância dos alvos, prevendo a utilização de explosivos, armas de guerra ou veneno”, detalhou Gonet.


Em 15 de dezembro de 2022, os organizadores do plano estavam prontos para a execução final, mas recuaram ao não conseguirem apoio do Comando do Exército. Segundo a denúncia, o golpe teria sido iniciado em 9 de novembro de 2022, quando um documento com os detalhes da conspiração foi impresso dentro do Palácio do Planalto pelo então assessor presidencial e general do Exército Mário Fernandes. No mesmo dia, ele levou o material ao Palácio da Alvorada, onde se reuniu com Bolsonaro.


A Polícia Federal encontrou provas de que Bolsonaro não apenas tinha ciência do plano, mas também discutiu sua execução. Um áudio de WhatsApp obtido pelos investigadores revela Mário Fernandes relatando a Mauro Cid que conversou pessoalmente com o então presidente sobre o momento ideal para a ação. Na gravação, Fernandes afirma:


“Durante a conversa que tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas (…) aí na hora, eu disse, pô presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades.”


A denúncia da PGR reforça que a existência de monitoramento ativo sobre os alvos comprova que o plano já estava sendo operacionalizado e que Bolsonaro e sua cúpula estavam cientes de cada etapa. Agora, caberá ao STF decidir se aceita a denúncia e transforma o ex-presidente e os demais acusados em réus.


 
 
 

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