Brasil reforça crítica à ofensiva israelense e denuncia “carnificina” em Gaza
- Marcus Modesto
- há 7 horas
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Em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, realizada nesta terça-feira (20), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, voltou a criticar com veemência a atuação militar de Israel na Faixa de Gaza. Segundo ele, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enxerga uma verdadeira “carnificina” no território palestino e cobra reação da comunidade internacional diante do crescente número de mortos, especialmente entre as crianças.
“O que está acontecendo é terrível. Há um número elevadíssimo de vítimas infantis. É algo que a comunidade internacional não pode ver de braços cruzados”, afirmou o chanceler. Vieira também lamentou a inércia do Conselho de Segurança da ONU, paralisado pelo poder de veto dos cinco membros permanentes — entre eles, os Estados Unidos, principais aliados de Israel.
Diplomacia ativa e defesa da paz
Durante a sessão, que também abordou o asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, e a retirada de venezuelanos da embaixada argentina em Caracas, Mauro Vieira reafirmou o compromisso histórico do Brasil com a solução de dois Estados — Israel e Palestina vivendo lado a lado, de forma pacífica e segura.
O chanceler informou que o Brasil foi convidado por França e Arábia Saudita para liderar um grupo de trabalho internacional voltado à defesa do direito internacional no contexto do conflito. A atuação brasileira tem buscado construir caminhos para o cessar-fogo e a entrada de ajuda humanitária em Gaza, ainda que os esforços esbarrem no bloqueio imposto pelos vetos norte-americanos no Conselho de Segurança.
Críticas ao governo Netanyahu e apelo por cessar-fogo
Mauro Vieira também destacou que o governo brasileiro vê com preocupação os limites éticos e legais da atual ofensiva israelense. “É preciso pôr fim a essa invasão e a esse desrespeito ao direito internacional e ao direito humanitário”, afirmou. O chanceler classificou a conduta das tropas de Benjamin Netanyahu como ações de colonos, o que, segundo ele, dificulta qualquer perspectiva de paz duradoura na região.
Nos últimos dias, mais de 250 palestinos foram mortos em novos ataques na Faixa de Gaza, elevando a pressão sobre os atores diplomáticos para uma solução urgente. O Itamaraty mantém a posição de que somente uma saída negociada, respeitando os direitos dos dois povos, poderá encerrar o ciclo de violência e garantir a estabilidade na região.

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