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Condenada e inelegível, Carla Zambelli tenta transformar ficha suja em legado familiar nas urnas

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 31 de mai.
  • 2 min de leitura

Condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e declarada inelegível por oito anos, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) parece não se conformar em deixar a cena política. Ao invés de recuar diante da gravidade de seus crimes, Zambelli adota uma estratégia que beira o escárnio: transferiu suas redes sociais para a mãe, Rita Zambelli, e lançou o filho, Pedro Zambelli, como pré-candidato a vereador em 2028.


A manobra escancarada revela mais do que desespero político. Mostra um projeto de poder familiar que ignora qualquer noção de ética pública. É a velha política travestida de nova, onde sobrenome vale mais do que currículo, e onde condenação na mais alta corte do país não é obstáculo, mas combustível para tentar perpetuar influência.


Crime, condenação e a ficha limpa ignorada na prática


Zambelli foi condenada por forjar pelo menos 16 documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um absurdo mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes. Não é pouco. É crime gravíssimo, que atinge diretamente a espinha dorsal das instituições democráticas.


Ainda assim, ao invés de assumir a responsabilidade, a deputada — agora inelegível — trata o episódio como uma questão de perseguição. E pior: busca terceirizar sua influência a familiares, como se a política brasileira fosse um negócio de família, blindado da justiça.


Narrativa de vítima, velha tática dos condenados


Em publicação nas redes sociais, Zambelli tentou justificar a entrega das contas digitais à mãe como um gesto de “proteção contra censura”. Na prática, a transferência é uma tentativa evidente de manter sua bolha mobilizada, driblando os efeitos da condenação e preparando terreno para que o sobrenome Zambelli continue nas urnas — se não nas suas, nas da mãe e do filho.


O bolsonarismo como herança política


O caso de Zambelli não é isolado, mas sintoma de um modelo de política que cresceu no bolsonarismo: criminaliza as instituições, ataca o Estado de Direito, mas não abre mão de usufruir das benesses do próprio sistema democrático que tenta sabotar.


Perde o mandato? Lança a mãe. Fica inelegível? Prepara o filho. A aposta é clara: transformar a máquina de desinformação, que por anos foi operada em redes sociais, em capital político herdável, como se fosse um bem de família.


Quando política vira negócio de família — e de ficha suja


Zambelli não só debocha da sentença do STF. Debocha dos eleitores, das leis e da democracia. Transforma sua ficha suja em campanha eleitoral disfarçada, e sua inelegibilidade em narrativa de vítima. E quem perde, mais uma vez, é o Brasil, que se vê refém de políticos que tratam cargos públicos como se fossem herança, não como missão de serviço.


A pergunta que fica é simples e incômoda:


Será que a sociedade brasileira seguirá normalizando que a política se transforme num negócio de família, onde nem a ficha suja impede o projeto de poder?


Foto Reprodução

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