Mocidade Independente reflete sobre o futuro no carnaval de 2025
- Marcus Modesto
- 19 de fev.
- 2 min de leitura
Carnaval:
A Mocidade Independente de Padre Miguel levará à Marquês de Sapucaí, neste carnaval, uma reflexão sobre o futuro da humanidade. Com o enredo “Voltando para o Futuro – Não Há Limites pra Sonhar”, a escola de samba da zona oeste do Rio de Janeiro se destaca por abordar um tema fora da tradição de exaltação à negritude e à africanidade, predominante nos desfiles deste ano.
“Nosso enredo é uma grande reflexão sobre o futuro tão sonhado. O que podemos fazer agora para o futuro da humanidade?”, explica Mauro Amorim, diretor de Carnaval da Mocidade, que retorna à agremiação após dez anos. A proposta do desfile é questionar o impacto das inovações tecnológicas e a qualidade das relações humanas na sociedade atual e futura.
O legado de Márcia Lage
A pesquisa e construção do enredo foram conduzidas pelo casal de carnavalescos Renato e Márcia Lage, nomes consagrados do carnaval brasileiro, com passagens marcantes por escolas como Salgueiro e Império Serrano. A ideia foi abraçada pela comunidade desde o início, reconhecendo sua importância e atualidade.

No entanto, o processo criativo foi abalado por uma grande perda: no dia 19 de janeiro, Márcia Lage faleceu aos 64 anos, vítima de leucemia. “Foi uma perda irreparável”, lamenta Mauro Amorim. “A melhor forma de homenageá-la é entregando um desfile à altura dela, do Renato e de toda a Mocidade.”
O intérprete da escola, Zé Paulo Sierra, reforça o espírito de superação: “O carnaval é feito disso, de mostrar que podemos mais nas horas difíceis. Agora, é apoiar o Renato e fazer por ela e pela comunidade.”
Além de Márcia, a escola perdeu recentemente dois importantes nomes do samba: o intérprete Luizinho Andanças e o compositor Zé Glória, falecidos em 18 de janeiro.
O samba como mensagem de alerta
Mesmo diante das perdas, a Mocidade está determinada a realizar um grande desfile. A escola será uma das últimas a se apresentar na avenida, abrindo a última noite dos desfiles do Grupo Especial, que será encerrada pela Portela.
O intérprete Zé Paulo destaca que o enredo carrega a essência futurista e inovadora da Mocidade. Diferente do carnaval passado, quando a escola apostou em um samba leve e popular sobre o caju, este ano a mensagem será mais reflexiva: “Optamos por algo mais tenso, com um conteúdo de alerta e necessidade de preservação.”
O samba-enredo busca conscientizar sobre o impacto da tecnologia na sociedade, destacando tanto seus avanços quanto seus riscos. “É um samba com uma grande mensagem. A escola entendeu bem isso e vai transportar essa ideia em forma de canto para quem estiver assistindo”, finaliza Zé Paulo.
Com emoção, inovação e uma homenagem à sua carnavalesca, a Mocidade Independente de Padre Miguel promete um desfile marcante neste carnaval.

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