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Oposição bolsonarista ocupa Mesas da Câmara e do Senado e paralisa trabalhos legislativos em protesto contra STF e governo Lula

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • há 6 horas
  • 2 min de leitura

A terça-feira (5) foi marcada por uma nova escalada de tensão no Congresso Nacional. Deputados e senadores da base bolsonarista iniciaram um movimento coordenado de ocupação das Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em uma tentativa de forçar a pauta de temas como o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado.


A mobilização — que levou ao cancelamento das sessões previstas para o dia — surge em meio ao agravamento da situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar por tentativa de golpe de Estado e pode enfrentar até 44 anos de prisão, segundo pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).


Câmara e Senado paralisados


Diante do impasse, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), optaram por suspender temporariamente os trabalhos legislativos. A decisão reflete o impacto da ocupação, que se intensifica num momento crítico da relação entre os poderes.


Na Câmara, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que a ocupação será mantida com revezamento entre parlamentares da oposição.


“Vamos manter a presença enquanto nossas reivindicações não forem atendidas”, declarou.


No Senado, o protesto teve tom simbólico: senadores compareceram ao plenário com esparadrapos na boca. Segundo Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a oposição vai resistir até que suas três principais exigências sejam atendidas.


“Se for preciso, viramos a noite aqui”, disse o senador, criticando a falta de diálogo com Alcolumbre, que, segundo ele, “nem atende o telefone”.


Reações e impacto institucional


Em nota oficial, Alcolumbre condenou o ato, classificando-o como um “exercício arbitrário das próprias razões”.


“Precisamos retomar os trabalhos com respeito, civilidade e diálogo”, afirmou.


Já Hugo Motta, que está em agenda na Paraíba, reforçou que a pauta legislativa será construída com base em “diálogo e respeito institucional”. Questionado sobre a prisão de Bolsonaro, o presidente da Câmara evitou confrontos diretos com o STF, mas defendeu o direito de defesa e o cumprimento das decisões judiciais.


Crise entre os poderes e tensão internacional


A ocupação do Congresso é mais um capítulo da crise institucional entre Legislativo, Judiciário e setores radicais da oposição. O ambiente já tenso se agravou com a prisão domiciliar de Bolsonaro e a pressão por pautas como a anistia dos golpistas. Além disso, cresce a preocupação no Executivo com o impacto internacional do cenário político. Há, inclusive, alertas de possíveis sanções comerciais por parte dos Estados Unidos, caso o Brasil não reaja com firmeza aos ataques à democracia.


A mobilização bolsonarista — que busca enfraquecer o STF e pressionar o Congresso — testa os limites do sistema democrático e desafia a capacidade de articulação política das lideranças para preservar a estabilidade institucional.


Enquanto isso, o país segue em compasso de espera, diante de um Congresso paralisado e de uma oposição que aposta no confronto direto como estratégia política.

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