Papa Leão XIV pede liberdade para jornalistas presos e condena “guerra de palavras” em primeiro discurso à imprensa
- Marcus Modesto
- 12 de mai.
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VATICANO – Em sua primeira audiência oficial com jornalistas desde que assumiu o pontificado, o papa Leão XIV fez um apelo contundente pela libertação de jornalistas presos ao redor do mundo e alertou para os perigos da comunicação usada como ferramenta de ódio e polarização. O encontro ocorreu na manhã desta segunda-feira (12), no Vaticano, e reuniu representantes de veículos de imprensa internacionais. A fala do pontífice repercutiu globalmente e reforça o tom humanista e dialógico que marca o início de seu papado.
“O sofrimento dos jornalistas presos desafia a consciência das nações”, declarou Leão XIV, pedindo que a comunidade internacional se comprometa com a defesa da liberdade de imprensa. Segundo dados da organização Repórteres sem Fronteiras (RSF), quase 550 jornalistas estavam presos até dezembro de 2024, além de 55 sequestrados em diferentes regiões do mundo — a maioria em contextos autoritários ou de guerra.
Em seu discurso, o papa destacou a importância de uma comunicação que promova a escuta e a empatia, em vez da divisão. “A paz começa com a forma como nos comunicamos. É preciso rejeitar a guerra de palavras e de imagens”, afirmou. Ele também criticou o uso da mídia para fomentar extremismos e desinformação, ressaltando que jornalistas têm a missão de dar voz aos silenciados e de iluminar contextos de injustiça.
Além de defender a liberdade de expressão, o pontífice abordou os desafios impostos pelas novas tecnologias, em especial a Inteligência Artificial. “É urgente que se use a IA com responsabilidade e discernimento. A tecnologia não pode comprometer a dignidade humana nem a integridade da informação”, alertou.
Ovacionado por trechos de seu pronunciamento, especialmente ao tratar da situação de profissionais presos, Leão XIV cumprimentou pessoalmente diversos jornalistas ao fim do evento. Sua mensagem foi recebida como um forte posicionamento em defesa da ética jornalística e dos direitos fundamentais.
O discurso marca um início simbólico do novo pontificado, com foco no diálogo, na justiça social e na valorização de uma comunicação responsável. Ao colocar a imprensa no centro do debate sobre democracia e paz, Leão XIV sinaliza que pretende aproximar ainda mais a Igreja das grandes questões do mundo contemporâneo.




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