PF prepara nova ofensiva para prender foragidos do 8 de Janeiro na Argentina
- Marcus Modesto
- 13 de abr.
- 2 min de leitura
A Polícia Federal (PF) prepara uma nova ofensiva para capturar réus dos atos golpistas de 8 de Janeiro que se encontram foragidos na Argentina. O principal alvo da operação é Léo Índio, primo dos filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo fontes ouvidas sob condição de anonimato, os investigadores avaliam duas frentes de atuação: acionar a Interpol ou retomar negociações diretas com autoridades argentinas. Embora a cooperação internacional seja uma opção, a alternativa preferida é o contato institucional direto, já previsto em acordo bilateral entre os dois países, o que permitiria a captura sem necessidade de mediação da Interpol.
Esse modelo já foi usado com sucesso em novembro de 2023, quando a Justiça argentina autorizou a prisão de 61 brasileiros. A estratégia agora prevê articulação diplomática entre o Ministério da Justiça e o Itamaraty, com o objetivo de evitar atritos com o governo do presidente Javier Milei.
A PF também trabalha com a possibilidade de que alguns investigados já tenham deixado o território argentino, o que exigirá um monitoramento internacional mais amplo. Ainda que não existam, até o momento, pedidos formais de detenção via Interpol, a corporação conta com o apoio da organização para rastrear eventuais deslocamentos
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Léo Índio apresentou à Justiça brasileira um documento que comprova sua residência provisória na Argentina, com validade até 4 de junho. O status garante a ele o direito de estudar, trabalhar e acessar serviços públicos no país, mas não impede que seja extraditado, caso o governo argentino autorize.
A defesa do investigado já solicitou asilo político ao governo Milei, mas o pedido ainda está em análise e não foi concedido.
Em 28 de fevereiro, a Primeira Turma do STF aceitou por unanimidade a denúncia contra Léo Índio, tornando-o réu por participação nos ataques que depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. O colegiado também rejeitou um recurso da defesa, mantendo a decisão de abertura do processo penal, julgado em plenário virtual.

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