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Desigualdade racial no mercado de trabalho persiste, aponta levantamento do CEDRA

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 21 de mar.
  • 2 min de leitura

Um levantamento divulgado nesta sexta-feira (21) pelo Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (CEDRA) revelou que a renda do trabalho principal de pessoas negras correspondeu, em média, a 58,3% da renda de pessoas brancas entre 2012 e 2023. Os dados são baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Em 2012, a renda média do trabalho principal de pessoas negras era de R$ 1.049,44, enquanto a de pessoas brancas chegava a R$ 1.816,28. Em 2023, essa diferença aumentou em valores absolutos: a renda média de pessoas negras foi de R$ 2.199,04, contra R$ 3.729,69 de pessoas brancas. Apesar do crescimento nos rendimentos de ambos os grupos, a desigualdade entre eles caiu apenas 1,2 ponto percentual no período.


Desigualdade no trabalho doméstico


O estudo também destacou a desigualdade no setor de trabalho doméstico entre mulheres negras e brancas. Em 2012, a renda das trabalhadoras domésticas negras representava 87,3% da renda das brancas — R$ 503,23 contra R$ 576,00. Em 2022, a diferença aumentou: mulheres negras ganhavam, em média, R$ 978,35, enquanto as brancas recebiam R$ 1.184,57. No período analisado, a disparidade entre os dois grupos cresceu 4,8 pontos percentuais.


Baixa representatividade em cargos de liderança


Apesar de representarem 56,5% da população em 2023, as pessoas negras ocupavam apenas 33,7% dos cargos gerenciais. Em 2012, os negros representavam 53% da população e ocupavam 31,5% desses cargos. O aumento de 3,5 pontos percentuais na população negra não foi acompanhado por uma ascensão proporcional em posições de liderança, que cresceram apenas 2,2 pontos percentuais.


A desigualdade também se reflete em relação às mulheres. Enquanto a proporção de mulheres brancas em cargos gerenciais subiu 1,5 ponto percentual entre 2012 e 2023, sua participação na população caiu de 24,1% para 22%. Já as mulheres negras aumentaram sua presença nos cargos de gestão em 1,3 ponto percentual, mas a diferença em relação aos outros grupos permanece significativa.


Desigualdade entre empregadores


Outro ponto destacado pelo levantamento é a disparidade na condição de empregador. Em 2012, a proporção de homens brancos como empregadores era quase cinco vezes maior do que a de mulheres negras. Em 2023, essa diferença caiu ligeiramente, para quatro vezes maior, mas a presença masculina branca ainda predomina de forma significativa.


Desocupação entre mulheres negras


A taxa de desocupação entre mulheres negras também permanece acima da dos homens brancos. Em 2012, a diferença era de 6,1 pontos percentuais. Em 2017, essa desigualdade atingiu 8,9 pontos percentuais, caindo para 7,4 pontos percentuais em 2023. Apesar da leve redução recente, a distância entre os dois grupos ainda evidencia as dificuldades enfrentadas pelas mulheres negras no acesso ao mercado de trabalho.


Sobre o CEDRA


O Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais reúne especialistas em ciência de dados, estatística, economia e ciências sociais, com foco na análise e no enfrentamento das desigualdades raciais no Brasil.


O projeto conta com o apoio de instituições como o Instituto Çarê, Instituto Ibirapitanga, B3 Social e Bem-Te-Vi Diversidade, além de parcerias com Amazon Web Services (AWS), Bain & Company, Daniel Advogados e Observatório da



 
 
 

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