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Ex-comandante da FAB confirma que Bolsonaro discutiu minuta de golpe e foi alertado sobre falta de fraude nas eleições

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • há 7 horas
  • 2 min de leitura

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ouviu nesta quarta-feira (21) o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.


Em depoimento, Baptista Júnior afirmou ter participado de reuniões no Palácio da Alvorada onde Bolsonaro discutiu a minuta de um decreto golpista. Segundo ele, durante esses encontros, o então comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, chegou a ameaçar o ex-presidente de prisão, caso insistisse no plano.


— Não foi uma fala agressiva, mas foi clara. Ele disse com tranquilidade: ‘Se fizer isso, vou ter que te prender’ — relatou Baptista Júnior ao STF.


O ex-comandante também confirmou que Bolsonaro foi oficialmente informado de que não havia qualquer indício de fraude nas eleições de 2022. Segundo ele, o alerta foi feito diretamente pelo então ministro da Defesa, além de ter sido discutido nas reuniões realizadas com a cúpula militar.


Ainda durante o depoimento, Baptista Júnior afirmou que Bolsonaro tentou interferir na divulgação do relatório do Ministério da Defesa que atestava a lisura do processo eleitoral.


— O relatório foi entregue no dia 9. Eu ouvi que sim, houve pressão para adiar [a divulgação]. Outras testemunhas podem detalhar isso melhor — disse o militar.


A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, reforça as declarações de Baptista Júnior. Cid afirmou que o próprio ex-presidente editou a minuta do decreto que previa intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a prisão de ministros do STF.


As investigações da Polícia Federal, no âmbito da Operação Tempus Veritatis, apontam que o plano de ruptura institucional contou com apoio de militares e civis próximos a Bolsonaro. No entanto, a resistência dos comandantes das Forças Armadas foi decisiva para impedir a execução do golpe.


O processo segue em andamento no STF, que deve ouvir novas testemunhas nas próximas semanas.


 
 
 

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