Fartura de tainha em Paraty encanta turistas e reforça tradição da pesca artesanal em Trindade
- Marcus Modesto
- há 3 horas
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A temporada da pesca da tainha chegou com força em Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, e tem chamado a atenção não apenas dos moradores locais, mas também de turistas que visitam a vila de Trindade. A fartura de peixes neste ano impressiona e reforça a importância da atividade tradicional para a cultura e a economia da região.
Com redes cheias e cenas dignas de cartão-postal, pescadores artesanais têm registrado capturas que ultrapassam centenas de quilos por dia. Os cardumes de tainha, que migram nesta época do ano em busca de águas mais quentes, encontram no mar de Paraty o cenário ideal para a pesca. O espetáculo começa cedo, com barcos saindo ainda de madrugada, e termina com a chegada das redes na areia, sob aplausos e celulares em punho de quem assiste à cena pela primeira vez.
Em Trindade, a movimentação de turistas se intensificou nos últimos dias. Muitos se encantam ao acompanhar de perto a técnica da pesca com cerco de praia, em que os peixes são puxados diretamente para a areia com o esforço coletivo de dezenas de braços. Famílias inteiras, estudantes e curiosos se reúnem para fotografar e até ajudar os pescadores na retirada das tainhas.
— Nunca tinha visto nada igual. É impressionante ver a quantidade de peixe e o trabalho em equipe dos pescadores — disse Marcelo Goulart, turista de São Paulo que está hospedado na região.
Além de manter viva uma tradição passada de geração em geração, a pesca da tainha impulsiona a economia local, abastecendo restaurantes e peixarias com pescado fresco e movimentando o turismo durante a baixa temporada.
Segundo os próprios pescadores, o bom resultado desta temporada é reflexo das boas condições do mar, da preservação ambiental e da sabedoria acumulada ao longo de décadas. Ainda assim, eles alertam para a necessidade de apoio do poder público, principalmente no que diz respeito à regulamentação da atividade e à valorização dos pescadores artesanais.
— A tainha alimenta muita gente aqui, mas precisamos de incentivo e respeito pelas nossas tradições. Isso é cultura, não só trabalho — comentou João Batista, pescador local.
Enquanto o cheiro de peixe fresco invade as ruas de Trindade e o brilho prateado das tainhas colore a areia das praias, Paraty reafirma seu papel como guardiã de um modo de vida que resiste ao tempo — e que continua encantando quem passa por ali.

