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A despedida de Luis Fernando Verissimo: um adeus a um mestre do humor e da crônica brasileira

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 31 de ago.
  • 2 min de leitura

Porto Alegre se despediu neste sábado (30) de um de seus maiores ícones culturais. O escritor e cronista Luis Fernando Verissimo, morto aos 88 anos por complicações de uma pneumonia, foi sepultado no Cemitério São Miguel e Almas, na capital gaúcha, em cerimônia reservada à família. O corpo foi enterrado ao lado dos pais, Érico e Mafalda Verissimo, e da avó materna.


Antes do sepultamento, milhares de admiradores compareceram ao velório realizado no Salão Júlio de Castilhos, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Entre abraços emocionados e homenagens silenciosas, leitores de várias gerações puderam dar o último adeus ao autor que, por décadas, transformou a observação cotidiana em literatura e humor refinado.


Um cronista do Brasil


Com mais de 80 obras publicadas, Verissimo consolidou-se como um dos autores mais populares do país. Suas crônicas, traduzidas para diversos idiomas, alcançaram leitores que encontravam no texto leve, mas sempre crítico, a representação de um Brasil irônico, engraçado e profundamente humano. Personagens como a Velhinha de Taubaté — a última a acreditar nos políticos — e as sátiras esportivas e sociais marcaram a memória cultural nacional.


A luta contra a saúde frágil


Nos últimos anos, o escritor enfrentava sérios problemas de saúde. Convivia com o Parkinson, tinha um marcapasso desde 2016 e sofreu um AVC em 2021 que comprometeu sua fala e mobilidade. Ainda assim, manteve-se como referência intelectual, respeitado pela clareza de pensamento e pela sensibilidade com que interpretava o Brasil.


Um legado de inteligência e afeto


Verissimo deixa a esposa, Lúcia, os filhos Fernanda, Mariana e Pedro, além de dois netos. Mais do que números de vendas ou prêmios literários, sua trajetória se confunde com a própria formação de leitores no país. Sua morte não apenas encerra uma vida, mas simboliza o fim de uma geração de cronistas que souberam unir humor, crítica social e humanidade em cada texto.


O Brasil perde um escritor, mas permanece com suas páginas — sempre atuais, sempre necessárias — para lembrar que, em meio ao caos e às contradições nacionais, ainda é possível rir, pensar e refletir.

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