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Lula critica presença militar dos EUA no Caribe e reacende debate sobre soberania regional

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • há 3 horas
  • 2 min de leitura

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a reunião virtual do Brics nesta segunda-feira com um recado direto a Washington: condenou a presença de forças militares norte-americanas no mar do Caribe, classificando-a como um fator de instabilidade. O encontro, transmitido pelo canal oficial da presidência sul-africana, reuniu Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.


Em seu discurso, Lula destacou que a movimentação da Marinha dos Estados Unidos contraria o espírito pacífico da região:

A presença das Forças Armadas da maior potência no mar do Caribe é um fator de tensão incompatível com a vocação pacífica desta região, declarou.


A fala ocorre em meio a um novo desgaste entre Washington e Caracas. A Venezuela, cada vez mais isolada, vê na aproximação com Rússia e China um contraponto à pressão norte-americana. Lula, ao ecoar críticas à ação de Donald Trump, não apenas defendeu a não intervenção na região, mas também reforçou a linha diplomática que tenta recolocar o Brasil como protagonista nos debates internacionais.


O pano de fundo da operação


Donald Trump confirmou o envio de embarcações e aeronaves de vigilância ao Caribe, sob a justificativa de combater o tráfico de drogas. O argumento, porém, veio sem dados ou provas consistentes. A versão oficial soa como um velho roteiro: em nome da “segurança”, os EUA expandem seu alcance militar em uma área de influência histórica, onde qualquer movimentação costuma gerar tensão.


O ponto crítico


O que se vê é a repetição de uma lógica que atravessa décadas: a política externa norte-americana insiste em tratar a América Latina como quintal estratégico. A narrativa do combate às drogas funciona como justificativa para ações de presença e intimidação, ainda que os resultados práticos dessa militarização sejam questionáveis.


Lula, ao denunciar o movimento, coloca o Brasil em posição de confronto retórico com Washington — e assume riscos. Afinal, criticar a potência que ainda dita as regras da geopolítica econômica pode trazer custos. Por outro lado, ignorar a presença ostensiva de navios de guerra em águas próximas seria abdicar do discurso de soberania que o país historicamente defende.


Seja no tabuleiro militar ou diplomático, o episódio mostra que o Caribe continua sendo palco de disputas de poder. E, mais uma vez, os Estados Unidos insistem em ditar as regras — mesmo sem apresentar provas convincentes.


Foto Fábio Rodrigues/AB

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